14 de agosto de 2015

Leia a transcrição do grampo entre Lula e executivo da Odebrecht

‘Delfim Netto vai publicar artigo amanhã dando o cacete’, disse o ex-presidente Lula a Alexandrino Alencar, preso na Lava Jato quatro dias depois do diálogo interceptado pela PF

A Polícia Federal anexou aos autos da Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava Jato, a íntegra da transcrição do diálogo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) com o executivo da Odebrecht Alexandrino de Salles Alencar. Segundo a PF, na noite de 15 de junho de 2015, às 20h06, uma pessoa que se identifica por ‘Moraes’ telefona para Alexandrino Alencar e passa a ligação para o ex-presidente.

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O número do telefone usado por ‘Moraes’ é do Instituto Lula, em São Paulo, afirma relatório final de interceptações telefônicas no inquérito que mira a maior empreiteira do País. A conversa durou 3 minutos e 42 segundos.
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A PF não grampeou o ex-presidente. O alvo era Alexandrino Alencar, que acabou sendo preso preventivamente quatro dias depois.
“Na conversa Lula e Alexandrino abordam sobre a temática do seminário promovido pelo Valor Econômico, intitulado de “Uma agenda para Dinamizar a Exportação de Serviços”, já amplamente descrito neste relatório de análise de interceptação telefônica, tratando dos polêmicos financiamentos do BNDES às empreiteiras brasileiras, incluindo a Odebrecht”, assinala o relatório policial.
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COM A PALAVRA, O INSTITUTO LULA
O Instituto Lula disse que não vai comentar a referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no relatório da Polícia Federal.
COM A PALAVRA, A ODEBRECHT
“Em relação ao relatório de monitoramento divulgado pela Polícia Federal, a Odebrecht lamenta que as informações sejam colocadas fora de contexto, traçando conclusões equivocadas que confundem a opinião pública”.
COM A PALAVRA, O BNDES:
“O BNDES lamenta tentativas, na imprensa e em redes sociais, de manipular e distorcer informações buscando envolver o Banco em algo supostamente nebuloso a partir da divulgação de um diálogo entre o ex-presidente Lula e um executivo da Odebrecht. A conversa não faz referência direta ao BNDES e tratou de um seminário sobre exportação que teve ampla participação do público interessado e cobertura da imprensa.”
Inf. Fausto Macedo/ Estadão