Por unanimidade, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato) decidiu, durante reunião realizada nesta quinta-feira (6) em Curitiba, por oficializar o início da greve da categoria para o próximo dia 17 em todo o Estado. Uma assembleia foi marcada para a quarta-feira da semana que vem apenas para oficializar a decisão.
Representantes da APP afirmam que a paralisação foi motivada depois das propostas apresentadas pelo governo Temer relacionadas à educação - como a reforma do ensino médio - e o cancelamento do reajuste do funcionalismo público paranaense, projeto já encaminhado pelo governador Beto Richa (PSDB) para votação na Assembleia Legislativa. A matéria prevê a suspensão do pagamento integral da inflação de 2016, item que foi acordado com os professores e que culminou no encerramento dos 74 dias de greve no ano passado.
De acordo com Bruno Garcia, uma das lideranças da APP Sindicato em Londrina, a PEC 241 também não é vista com bons olhos. O assunto propõe a implantação de um novo regime fiscal no Brasil, limitando assim os gastos e investimentos do poder público em diversas áreas. "A insatisfação é geral. É um grande embate que estamos travando", comentou o representante.
A decepção foi maior depois que Richa assinou lei garantindo as alterações salariais. Sem a garantia de reajuste, a APP 'representa parte de um setor, dentre vários, como saúde e segurança pública, que já demonstraram descontentamento com o projeto.' A indignação foi demonstrada no plenário da Assembleia. A oposição avaliou como "calote" a posição do governo estadual.
Enquanto isso, a APP solicita sensibilização e compreensão por parte da comunidade, principalmente a escolar. "Os próprios alunos têm se mobilizado, mostrando que essa decisão, caso seja aprovada pelos deputados estaduais, prejudica a todos", disse Garcia. A União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) agendou encontrou para esta sexta-feira (7), a partir de 13h30, na Concha Acústica, para decidir sobre uma possível greve da classe estudantil.
UEL
Também em assembleia na manhã desta quinta-feira, o Sindicato dos Servidores Públicos Técnicos-Administrativos da Universidade Estadual de Londrina (Assuel) decretou estado de greve pelo projeto que revoga a reposição salarial em janeiro de 2017. Os servidores organizarão uma caravana para pressionar os deputados durante a votação do projeto na Assembleia Legislativa (AL).
"Ficamos atentos à discussão e provavelmente vamos chamar uma nova assembleia na próxima quinta-feira para decidir se sairemos de greve a partir do dia 17", afirmou o tesoureiro do sindicato, Arnaldo Mello.
'ABERTO À DIÁLOGOS'
Na noite desta quinta-feira, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, reafirmou, durante reunião com a direção do sindicato dos professores, a disposição do Governo do Paraná para o diálogo com os servidores sobre as questões que impactam a folha de pessoal do Estado. Na ocasião, também, assumiu o compromisso de que nenhuma das mensagens que tratam do orçamento de 2017, encaminhadas na semana passada para a Assembleia Legislativa, será votada antes do final de novembro.
Rossoni argumentou ainda que uma greve neste momento, como articulam os servidores, só causaria prejuízos à população. "Nós temos de um lado 270 mil servidores reivindicando benefícios e do outro lado onze milhões de paranaenses que não aguentam mais o peso da carga tributária", afirmou.
Outro compromisso firmado pelo chefe da Casa Civil com os representantes do magistério é a realização de uma audiência com a participação de todos os sindicatos de servidores. Na qual, o secretário da Fazenda e técnicos da receita deverão explanar a situação das finanças do Estado. Segundo ele, a intenção do Governo é iniciar os pagamentos de promoções e progressões a partir de janeiro de 2017, a todas as categorias do funcionalismo. (inf. O bonde)