Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, encontrado morto dentro de um saco em um matagal de Frederico Westphalen, no interior do Rio Grande do Sul, na noite de segunda-feira (14), teria morrido com uma injeção letal aplicada pela madrasta do garoto. A informação foi passada à polícia por uma amiga do casal. A delegada que investiga o caso, Caroline Bamberg Machado, afirma que o pai, a madrasta e essa amiga — todos presos preventivamente — estão envolvidos no crime. A criança tinha sumido havia dez dias.
A delegada declarou durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (15), que a amiga confessou participação no crime e afirmou que a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini (foto), de 32 anos, aplicou a injeção na criança. Ainda de acordo com a Caroline, a causa da morte ainda não está confirmada.
— Temos informação que ele foi morto com injeção letal, mas só a perícia vai dizer.
De acordo com a delegada, a amiga foi fundamental para que o corpo do menino fosse encontrado.
— Logo após a prisão do pai e da madrasta, nós não fizemos o interrogatório por conta do choque de todos com o caso. Depois, ao encontrar esta terceira pessoa, nós descobrimos outros detalhes do crime. Ela foi procurada e sensibilizada para falar. A partir disso, ela nos deu a localização do corpo do Bernardo.
A delegada falou ainda que o crime “possivelmente foi premeditado” e que tem certeza de que os três suspeitos presos são responsáveis pela morte de Bernardo.
— Não tenho dúvida do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga, mas precisamos identificar o que cada um fez
Caroline Bamberg Machado disse que o caso corre em segredo de Justiça e não pode dar mais detalhes do crime, mas informou que o casal reagiu com frieza ao saber da morte do menino. A polícia ainda não sabe o motivo do crime. A prisão preventiva dos suspeitos tem o prazo de 30 dias
Bernardo Uglione Boldrini estava desaparecido desde o dia 4 de abril e foi encontrado enterrado dentro de um saco plástico.
Ele morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de um ano, em Três Passos, região nordeste do Rio Grande do Sul.
O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, 38 anos, é médico e atua como cirurgião-geral no hospital do município. Ele também é proprietário da Clínica Cirúrgica Boldrini. A madrasta é enfermeira e trabalha na clínica.
No dia em que Bernardo sumiu, ele foi a Frederico Westphalen com a madrasta — que foi multada por excesso de velocidade em uma rodovia da região. Segundo a polícia, o menino estava dormindo no banco de trás do carro. A mulher teria ido à cidade comprar um televisor. O menino foi visto pela última vez em Três Passos, quando teria dito que ia passar o fim de semana na casa de um amigo
O corpo de Bernardo está sendo velado em Três Passos, mas no final da tarde será levado para Santa Maria, na região central do Estado, onde mora a avó materna. O enterro está previsto para a manhã de quarta-feira (16)
Os três suspeitos, que estavam no presídio de Três Passos, foram encaminhados para outras penitenciárias por questões de segurança.